É aquele conjunto de livros com cara de calhamaço e sopa de pedra, sobre os quais pesa o consenso de serem importante fonte de inspiração para gerações de autores.
"Eles são ATEMPORAIS!"
"SEMPRE terão algo a dizer ao momento presente!"
"São FUNDAMENTAIS!"
"Todo mundo DEVE ler!".
Suspeito não serem apenas os clássicos, mas todas as formas de arte, independente do tempo no qual foram produzidas, se há mil anos, ontem ou hoje, têm algo a dizer.
Ler é FUNDAMENTAL independente do livro.
E nooooossaaaaaaa, nada pesa mais e causa tanta aversão em todo e qualquer ser humano quanto a palavra DEVER.
Eu ao menos tenho! #ProntoConfessei
De alguma forma, eles sobrevivem a seus autores, aos seus primeiros leitores, ao século no qual foram escritos, à poeira, ao medo, à alegria, às revoluções e às fogueiras... e encontram um lugar nas estantes de bibliotecas e livrarias...
Nós chamamos esse gênero de livro, dotado desse tipo especial e único de resiliência, de clássicos.
Quando olho um desses livrões, com suas capas duras e lombadas trabalhadas eu penso:
"Que segredos vocês tem para contar?"
"Quais palavras vocês sussurram que o tempo se recusa a esquecer?"
"Ah eu vou descobrir tudo sobre vocês!"
"Não tentem me intimidar!".
Lendo um clássico, de repente, nós podemos descobrir que temos muito em comum com o passado, que alguns sentimentos e experiências parecem ser atemporais, que palavras antigas podem falar sobre coisas muito recentes de uma forma inimaginável.
"Os três mosqueteiros" do francês Alexandre Dumas (Pai) é um livro cheio de humor, retrata uma França antes da Revolução Francesa movimentada, repleta de pessoas interessantes e cheia de ironia, sensualidade e aventura.
Você lê com um sorriso no rosto e um ar de cumplicidade, se encanta com a melhor vilã de todos os tempos, Milady...
Estou rindo sozinha só de lembrar.
"O morro dos Ventos Uivantes" é um romance intenso, cheio de verdades... pesado porém muito verdadeiro...
Os personagens estão longe... muito longe... longe mesmo de um modelo de perfeição!
Quem de nós afinal está perto desse modelo?
Emily Bronte não cansa de emocionar...
Ela sempre vai ter algo a dizer sobre a intensidade da paixão, mesmo quando ela acontece em meio a uma terra árida e fria.
Basta ler qualquer coisa dela para saber como 100 entre 100 autoras de romance bebe ao ponto de se embriagar nas obras dela.
Amo "Orgulho e Preconceito", mas "Razão e Sensibilidade" é conscienciosos, ele não envelhece, não cansa, me desafia e a cada leitura me diz algo novo sobre o amor.
E Poe? Gênio? É pouco!
Em seus contos não sobra uma palavra e tem o melhor terror é psicológico de todos os tempos.
Nada vulgar ou previsível.
Seu texto é envolvente, instiga ao silêncio, faz você prestar atenção ao misterioso movimento das coisas.
Eu não gosto de terror, mas de "Histórias Extraordinárias" não tem como não amar.
Gosto demais da literatura clássica, acho que justamente por não ter sido obrigado a lê-los em épocas colegiais. Cada criança ou adolescente (alguns) que se vê obrigado a ler Machado de Assis por exemplo: talvez nunca mais retorne a ler algo parecido e isso é um desperdício. Cada tempo à sua leitura.
ResponderExcluirTambém não fui obrigada a ler os clássicos na escola, talvez por isso também goste tanto, não me rementem a obrigação ou dever, só descoberta! Concordo com você em relação a Machado de Assis
ExcluirEu adoro os clássicos! Comecei lendo clássico, e não me canso de sempre deixar espaço para ler algum que ainda não conheci. São livros que não envelhecem, e que dão prazer ao que decide mergulhar em suas páginas. Belo post amiga!
ResponderExcluirAdorei o texto! Nossa eterna discussão sobre ser ou não ser atemporal kkkk Eu acho engraçado que quando adolescentes lemos os clássicos sem ter maturidade e quando a temos nos falta tempo rsrsrsrs só sei que adoro uns e detesto outros kkkkkk
ResponderExcluirBjs, Mi
O que tem na nossa estante
Eu sou apaixonada pelo "Mercador de Veneza" - Consegui identificar motes e até trechos de falas deste clássico em O Auto da Compadecida e em "Ópaió" - (Intertexto entre os termos da agiotagem e do Discurso de Shylock, respectivamente).
ResponderExcluirEu também gosto muito da História de Dom Quixote... Eu acho que sou um tipo de Quixote melancólico do terceiro mundo...
Entre os Brasileiros, Sou muito fã de João Ubaldo, de Guimarães, de Amado...
O conceito de Clássico é varia é não é consensual. Concordo com você que um livro deva ser lido mais de uma vez, em momentos diferentes da vida. Só fui me apaixonar pelas leituras "obrigatórias" da escola (ou pelo menos pela maioria delas) depois de adulta.
Lembro de coisas "horríveis" na época da escola, onde a biblioteca era lugar de ficar de castigo por alguma peraltice em sala de aula - como assim associar a Biblioteca a um lugar de penitência?
Olho meio de canto pras pessoas que dizem que o acesso aos clássicos (ou não tão clássico "assim"), seja difícil. Com a internet, com as bibliotecas, com os sebos... Ler sempre será uma forma de empoderamento, de se sentir vivo, racional, militante.
Eu leio porque vivo, penso e gosto! Fiz disso inclusive meu ganha pão!
Um Abraço!
Adoro ler e a literatura clássica tem todo um charme, só em pensar que tantas gerações leram essas histórias... é lindo!!
ResponderExcluirBom dia! Dos oito blogs que mantenho no meu RSS, sem dúvida alguma, o seu é o mais interessante e até mesmo mais constantemente atualizado de todos. Inicialmente, pela aparência dela, achei que você talvez fosse uma adolescente cheia de coisas próprias da idade, exceto pelo fato de alguns de seus assuntos versarem sobre HTML (que eu preguiçosamente ainda não aprendi o suficiente). Agora, com esta publicação, e apesar de uma ou outra discordância, percebo que você NÃO pode ser uma adolescente, a menos que seja muuuuuito precoce (rsrsrs). Desse modo curvo-me diante da beleza do seu Blog, da sua inteligência, da sua sensibilidade e oferecer somente assuntos úteis e, sobretudo pela quantidade de comentaristas que você consegue atrair.. Isso é muito interessante, especialmente para saber se você está ou não fazendo a coisa certa. Por tudo isso e muito mais que não cabe aqui neste espaço, quero parabenizá-la e agradecer pelo seu trabalho. Sinceros cumprimentos. Walter L.A.
ResponderExcluirWalter, muito obrigada pelo elogio.
ExcluirEmbora no caso específico deste post ele deva ser direcionado à Pandora, que é a colunista que escreveu este texto.
Mas respondendo à sua pergunta: não, não sou adolescente, tenho 42 anos na verdade.
Fico muito honrada e feliz em fazer parte de sua lista de leitura, muito obrigada.
Atenciosamente
Adoro ler um bom livro, apesar de ser caro demais , eu prefiro procurar nas bibliotecas perto de minha residencia!
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